Vi este meme no Instagram de uma psicóloga e terapeuta. O meu queixo caiu, não acreditava no que estava vendo, pois o que lá está é o inverso de amor e as razões que apresentas não são as razões pelas quais devemos fazer terapia mas sim as razões pelas quais NÃO devemos fazer terapia. Explico melhor o meu ponto de vista.
O que há de errado aqui???
Quando uma mulher pergunta se é amada quer dizer à partida que ela não tem a certeza.
Porque será que uma mulher pergunta se é amada? Bem, se ela se SENTISSE amada não perguntava, pois SENTIA isso.
Pode também ser por ela ser uma pessoa insegura si própria (ou por educação ou por abuso anterior), não estar em contato com as suas próprias emoções e por isso NÃO SABE O QUE SENTE e tem de ir buscar a confirmação do que sente ao outro, daquilo que ela se deve permitir sentir, neste caso sentir amada.
A pergunta “se ela se sente amada por ele” devia ser colocada a ela própria. Devia ser ela a poder responder a isso, encontrar a sua própria resposta, sim ou não, em vez de passar a responsabilidade disso para o parceiro.
Depois há também mulheres que, com esta pergunta, estão mais interessadas em SABER o que o outro PENSA sobre essa questão do que o fato de se sentirem amadas ou não. Isto é, “se o outro me ama, eu posso controlar melhor o meu parceiro.” Esta última posição é típica de mulheres narcisistas e manipuladoras, pois tem a haver com controlo do parceiro através das suas emoções.
Quanto? – o amor condicional
A questão fica mais clara quando ela pergunta: “Quanto?” Será que o amor do outro tem quantificação? Amar é amar, não tem quantificação. Amar de verdade é incondicional, ou se ama ou não. Quando alguém pergunta a quantidade de amor, está a “coisificar” o amor, a pedir ao outro que prove os seus próprios sentimentos. Que relação de amor é esta que a pessoa tem de demonstrar e provar o que ela deveria ser capaz de SENTIR (mas não sente?). Aqui estamos perante uma forma de amor que não é amor, que é o amor condicional, em que o outro tem de demonstrar na prática que ama, um amor em que há condições. É um amor que não é sentido mas tem de ser provado e mostrado pela RAZÃO e não pelo SENTIR.
Quem fica na posição de ter de demonstrar o seu amor fica numa posição de inferioridade, fica a ser julgado e ela fica na posição de juíz para decidir se a prova é suficiente ou não. Tudo isto não tem nada a haver com o que se sente, tanto de um lado como do outro, é puro discurso verbal, ambos não estão a lidar com o que SENTEM.
É também aqui que mulheres inseguras são enganadas verbalmente por narcisista manipuladores. Ela pede um resposta verbal e os narcisistas são muito bons a enganar pessoas a nível verbal, a chamada “cantiga do bandido”, pois o que é falado passa pela RAZÃO e não pelo CORAÇÃO.
Razões para (não) fazer terapia
Por último, o mais grave de tudo é ele dizer que vai fazer terapia para provar algo a ela, em vez de ir fazer terapia para se melhorar, para se encontrar, para ultrapassar bloqueios ou dificuldades ou mesmo auto-conhecimento. Acho completamente errado ira fazer terapia para ter de provar algo a alguém, a menos que esse alguém sejamos nós próprios.
Eu, como terapeuta, não aceitava como cliente alguém que me viesse pedir para eu o transformar para ser aceite por outrem. Isto quer dizer que esta pessoa que vem à psicoterapia está completamente perdida de si própria, despersonalizada e está ali para ser o que outrem quer que ele seja, neste caso para ela, para a sua parceira. Isto é uma prova de DESAMOR POR SI PRÓPRIO e obviamente não pode ser uma prova de amor para outra pessoa. Ele deveria querer ultrapassar os seus medos para se melhorar, para se tornar uma pessoa melhor, alguém que se supera e vai para a frente e, provavelmente, por consequência ser um melhor parceiro na relação, mas a motivação tem de partir dele próprio, motivação intrínseca.
Psicoterapia é, e deve ser, uma decisão pessoal de nos confrontarmos connosco próprios (de vencer os nossos medos por exemplo). Se a motivação para fazer psicoterapia é para provar algo a alguém, não só é a motivação errada como não vai funcionar a longo prazo. Psicoterapia tem a haver com tornarmos aquilo que realmente somos e não aquilo que os outros querem que nós sejamos. Psicoterapia tem por base, a meu ver, Liberdade de se ser e Respeito por aquilo que somos e nos tornamos.
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